Movimentos sociais urbanos realizam dia de luta por moradia
19 Mar 2015
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Segundo os organizadores, rodovias e avenidas foram cortadas em sete estados, em mais de vinte focos de protesto. Os bloqueios se concentraram em São Paulo e Minas Gerais, mas aconteceram também na Bahia, Ceara, Paraiba, Rio de Janeiro e Paraná.
A principal pauta do protesto é o destravamento da terceira fase do programa minha casa minha vida, paralisado no contexto do ajuste fiscal do governo. Inicialmente a terceira fase do programa estava prevista para junho do ano passado. Segundo declaração de Guilherme Boulos, coordenador nacional do MTST para a Rede Brasil Atual, “A ação de hoje é um recado. Há uma insatisfação popular com o atraso nas polÃticas públicas, particularmente de moradia, e com o ajuste fiscal. Até o momento não houve sinalização do governo no sentido de atender. Ocupamos ministérios na semana passada e os andamentos para nós estão muito lentos. Por isso as ações tendem a continuar até que haja respostas concretas†.
Entre as reivindicações do movimento em relação ao programa do governo federal, está a mudança das suas regras, privilegiando a faixa de renda até 3 salários mÃnimos para 70% dos caos e realizando esses empreendimentos também em áreas centrais das cidades. O movimento também pede a ampliação dos empreendimentos geridos pelos movimentos sociais e não pelas empreiteiras. O que hoje acontece somente em alguns casos. Apesar de defender a continuidade do programa, em seu manifesto também é crÃtico ao governo: “O modelo de polÃtica urbana adotado pelo governo federal nos últimos anos privilegia abertamente o setor imobiliário - as construtoras, incorporadoras e os proprietários de terra urbana - que lucraram e lucram bilhões de reais.â€
Setores da esquerda esquerda classista não concordam com essa reivindicação do programa Minha Casa, Minha Vida. Para Thais, delega sindical da Caixa Econômica Federal (banco publico que faz a gestão do programa) e formada em arquitetura, “o programa do governo está muito mais voltado para o lucro das construtoras do que resolver o problema de moradia popular†. Para ela, “essa parte especÃfica que se refere à s entidades, que tem acesso a uma parte muito pequena do orçamento total do programa, cerca de 1% apenas, acaba cumprindo um papel de legitimar todo o enorme volume de recursos que vai parar direto nas mãos das grandes construtoras. Fora o fato de que o governo também usa isso de uma forma bastante clientelista que busca controlar e atrelar os movimentos sociais à sua base . E o critério de seleção das entidades acaba tendo muito a ver com esse ponto. Ampliar esse sistema no quadro atual do programa só vai aumentar o atrelamento dos movimentos por moradia ao governo federalâ€
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